sábado, 28 de janeiro de 2012

Um livro me mudou



Teimei muito, durante muito tempo, em fazer as escolhas certas até o dia em que ouvi falar do livro “Melhor do que comprar sapatos”, da Cristiane Cardoso.

Na época, eu fazia parte de uma igreja evangélica tradicional desde os meus oito anos de idade. Antes, eu e a minha família já havíamos batido em outras portas, mas a vida não mudava, pelo contrário, piorava ano após ano. Acontecia sempre uma desgraça nova, e quando chegamos a essa igreja tradicional, aprendemos a lidar com os problemas – tendo em mente o engano de que eram provações de Deus para ver a nossa fé.

Então, a minha mãe ficou muito doente; a minha irmã, uma jovem rebelde e perdida; e eu, fechada no meu mundo. Vivemos uma vida de engano (na igreja era uma coisa, fora era outra). Em casa só havia discussões. O nosso pai desprezava-nos, pois tinha outra família além da nossa. Eu sofria com muita insônia, via vultos, tinha muitos medos, pesadelos, baixa autoestima, a solidão era constante (nem o namorado conseguia preencher-me), passava noites chorando, era viciada na internet, em jogos, agredia os meu colegas e professores na escola e vestia roupas de homem. Mais tarde entrei nos vícios do tabaco e do álcool e comecei a roubar. Contudo, aos domingos, lá estava eu na igreja dando aulinha na Escola Dominical.

Foi aí que chegou aqui, em Portugal, uma prima que vivia na Espanha e frequentava a IURD lá. Ela veio passar uns dias em minha casa (algum tempo depois a minha mãe veio a falecer, o que foi o meu fundo de poço) e todas as noites comentava sobre o livro.

Havia uma IURD bem em frente a minha casa, e sempre ouvi falar muito mal dela, por isso não dava importância ao trabalho que era feito ali, tanto que ignorava tudo o que a minha prima dizia sobre o livro.

Endurecia o meu coração, mas a mensagem que continha nele era tão forte que, por bem ou por mal, eu ouvia. Aquela jovem mulher, chamada Cristiane Cardoso, havia passado por coisas semelhantes àquelas que eu estava passando; também teve problemas com a timidez e parece que sabia tudo o que se passava na minha mente e no meu coração.

Alguns meses mais tarde aceitei o convite da minha prima para assistir à reunião especial de final de ano e vi que não tinha nada a ver com o que eu ouvia falar sobre esta igreja. As palavras do pastor tocaram forte no meu coração e vi que precisava conhecer este Deus vivo e verdadeiro, que até então só ouvia falar.

Ouvir a verdade doeu-me. Reconhecer que a minha religião e os meus conhecimentos bíblicos não me tornavam melhor do que ninguém e não mudavam nada na minha vida quebrou o meu orgulho, tanto que fiquei um mês sem voltar lá novamente. Durante esse tempo não parei de pensar no livro “Melhor do que comprar sapatos”, então decidi ir a uma reunião à tarde.

Sorrio quando penso como Deus preparou as coisas tão bem. Em dada altura da reunião, os obreiros pegaram o livro para que os ofertantes pudessem adquiri-lo (havia poucos). O meu coração começou a bater depressa por tamanha ânsia, pois eu havia de tê-lo! Assim que o pastor chamou os ofertantes, eu corri até a frente, peguei o livro e li-o em dois dias. A partir daí a minha vida transformou-se de dentro para fora. Hoje sirvo ao Deus vivo e verdadeiro na Igreja Universal, um Deus capaz de quebrantar qualquer coração.

Júlia Teca, Portugal

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